ATA DA TRIGÉSIMA SESSÃO SOLENE DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 04-11-1999.

 


Aos quatro dias do mês de novembro do ano de mil novecentos e noventa e nove reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às dezenove horas e trinta minutos, constatada a existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão Solene, destinada à entrega do Título Honorífico de Cidadão Emérito ao Senhor Carlos Eduardo Konrath, nos termos do Projeto de Resolução nº 19/99 (Processo nº 1371/99), de autoria do Vereador Paulo Brum. Compuseram a MESA: os Vereadores Paulo Brum e Adeli Sell, respectivamente, 2º Vice-Presidente e 1º Secretário da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Senhor Victor Faccioni, ex-Deputado Federal; o Senhor Carlos Eduardo Konrath, Homenageado. Também, como extensão da Mesa, foram registradas as presenças dos Senhores Diná Konrath, Darci Alcides Konrath, Jaqueline Konrath, Paulo Roberto Sombrio e Beatriz Ferreira, familiares do Homenageado; dos Senhores Antônio Proença Filho e Inês Grossi, representantes do Teatro do SESI; dos Senhores Márcio Corá, Paulo André Matte e Alexandre Vasata Souza, representantes da Companhia Zaffari de Supermercados; e dos Senhores Juarez Pinos Maciel e Rubem Laerte de Oliveira, representantes do Banco Real. A seguir, o Senhor Presidente convidou a todos para, em pé, ouvirem à execução do Hino Nacional e, em continuidade, concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Vereador Paulo Brum, em nome das Bancadas do PTB, PSDB, PMDB, PSB e PPS, esclareceu os motivos que o levaram a propor a presente homenagem, discorrendo sobre a atuação profissional do Senhor Carlos Eduardo Konrath, sempre voltada para o incentivo e divulgação da cultura no Estado. O Vereador Adeli Sell, em nome da Bancada do PT, ressaltou a importância de que seja viabilizado o acesso à cultura para toda a população, atentando para o trabalho efetuado nessa área pelo Senhor Carlos Eduardo Konrath. O Vereador João Carlos Nedel, em nome da Bancada do PPB, afirmando que "arte é a expressão do que é belo e está, inclusive, acima do aprendizado, pois orienta-se à sensibilidade e não apenas ao intelecto", discorreu sobre as atividades realizadas pelo Homenageado na divulgação da arte em Porto Alegre. O Vereador Reginaldo Pujol, em nome da Bancada do PFL, saudou o Homenageado, discorrendo sobre o significado do Título hoje entregue, como o reconhecimento do povo porto-alegrense àqueles que se distinguem por sua atuação em prol do engrandecimento da Cidade. Em continuidade, o Senhor Presidente convidou o Vereador Paulo Brum para proceder à entrega do Título Honorífico de Cidadão Emérito ao Senhor Carlos Eduardo Konrath e, após, concedeu a palavra ao Homenageado, que agradeceu o Título recebido. Na oportunidade, o Senhor Presidente registrou as presenças  do  Poeta Luís Coronel e dos Senhores Luiz Pauletti e Felipe Vieira. Em prosseguimento, o Senhor Presidente convidou os presentes para, em pé, ouvirem à execução do Hino Rio-Grandense, agradeceu a presença de todos e, nada mais havendo a tratar, declarou encerrados os trabalhos às vinte horas e quinze minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Paulo Brum e Adeli Sell e secretariados pelo Vereador Adeli Sell, 1º Secretário. Do que eu, Adeli Sell, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores 1º Secretário e Presidente.

 

 

 


O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Estão abertos os trabalhos da presente Sessão Solene, destinada a homenagear o Sr. Carlos Eduardo Konrath.

Convidamos para compor a Mesa o Sr. Carlos Eduardo Konrath e o ex-Deputado Federal Vítor Faccioni. Como extensão da Mesa registramos a presença da Sra. Diná Konrath, mãe do homenageado; o Sr. Darci Alcides Konrath, pai do homenageado; a Sra. Jaqueline Konrath, irmã do homenageado; o Sr. Paulo Roberto Sombrio, cunhado do homenageado; Sra. Beatriz Ferreira, esposa do homenageado. Também presentes o Sr. Antônio Proença Filho e Sra. Inês Grossi como representantes do Teatro do SESI; os Srs. Márcio Corá, Paulo André Matte e Alexandre Vasata Souza como representantes da Cia. Zaffari de Supermercados; e como representantes do Banco Real os Srs. Juarez Pinos Maciel e Rubem Laerte de Oliveira.

Convidamos todos os presentes para, em pé, ouvir o Hino Nacional.

 

(Executa-se o Hino Nacional.)

 

O Ver. Paulo Brum está com a palavra e falará em nome da sua Bancada o PTB, falará  também pelas Bancadas do PSDB, PMDB, PSB e PPS.

 

O SR. PAULO BRUM: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Hoje, dia quatro de novembro é uma data muito especial para todos os porto-alegrenses. A Câmara Municipal de Porto Alegre, por proposição deste Vereador, concede na tarde de hoje a Carlos Eduardo Konrath, produtor cultural e sócio-diretor da Opus Promoções, o Título Honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre. A contribuição desse filho de Porto Alegre na área cultural é inquestionável para todos. Por esse motivo, sinto-me duplamente realizado por esta solenidade culminar com a realização da 45ª Feira do Livro, com a abertura da 2ª Bienal do MERCOSUL e com a véspera do Dia Nacional da Cultura comemorado, habitualmente, no dia 5 de novembro.

Carlos Eduardo Konrath, nasceu em 28 de novembro de 1965, e hoje quase estaríamos presenteando o nosso amigo em seu aniversário. É filho da Sra. Diná Konrath e do Sr. Darci Konrath que estão presentes aqui, prestigiando esta solenidade.

Carlos Eduardo Konrath concluiu o primeiro grau no tradicional Colégio Concórdia, e o segundo grau no Colégio Piratini, e essa é mais uma questão que nos aproxima, porque eu também concluí o meu segundo grau no Colégio Piratini e já na minha cadeira de rodas, e como havia escadas no segundo piso, todas as vezes que eu chegava no colégio era uma festa, porque amigos esperavam no portão do Colégio Piratini, para ajudarem-me a subir as escadas em minha cadeira de rodas, para poder concluir o segundo grau. Hoje está perto de se formar no curso de Comunicação Social, habilitação em Relações Públicas, pela Pontifícia Universidade Católica.

Ao lado de Geraldo Lopes, o Carlos dirige a Opus Promoções já há 18 anos, uma Empresa que atua como empreendedora na área cultural em realizações artísticas e eventos. As promoções de espetáculos e eventos promocionais e de marketing cultural agregam qualificação e sintonia às necessidades de seus clientes e do público em geral. Por isso, aproveito a oportunidade para parabenizar a Empresa Opus pelos seus 23 anos no mercado de Porto Alegre.

A preocupação de Carlos Eduardo Konrath fica explícita em algumas ações coordenadas por ele e que têm levado, gratuitamente, a comunidade gaúcha, ao longo desses anos, a inúmeros espetáculos, como peças teatrais e músicas de todos os gêneros: da erudita a popular, dança clássica, moderna e contemporânea, primando sempre pela qualidade, marca de sua conduta profissional. Uma dessas iniciativas é a parceria que travou com a Cia. Zaffari de Supermercados que leva até a comunidade, através do Projeto Concertos Comunitários Zaffari, o melhor da música erudita e clássica em concertos abertos ao públicos, obras como La Bohéme, a Flauta Mágica, II Trovatore são apresentadas e ovacionadas pelo público que, em massa, sempre comparece.

Em 98, o “Concerto de Natal” contou com a presença do pianista Artur Moreira Lima. Um grande espetáculo também no Parque Redenção, que contou com mais de dez mil pessoas que, no final, foi ovacionando. Cabe ainda registrar que a Opus Promoções trouxe à Capital grandes espetáculos, tais como: Ray Charles, Stomp, Balé Kirov, Gal Costa, Titãs, Grupo Corpo, Zizi Pozzi, Sandy e Júnior, entre tantos outros que proporcionaram e geraram milhares de empregos diretos e indiretos e proporcionaram o incremento da infra-estrutura cultural qualificando e beneficiando os serviços de hotelaria, turismo e transportes em nosso Estado.

Como produtor cultural, o Carlos ministra palestras sobre marketing cultural à entidades, como o Conselho Estadual da Cultura, FEDERASUL, PUC, Secretaria da Cultura do Estado do Rio Grande do Sul entre tantas outras. Pelo seu dinamismo, pela sua juventude, pela sua capacidade de criar, enfim, por todas essas razões e tantas outras que com certeza não há tempo para enumerar, fico demasiadamente orgulhoso por, representando a Câmara de Vereadores e toda a população porto-alegrense, conferir esse título de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao caro amigo Carlos Eduardo Konrath. Por tudo isso, receba o meu abraço, receba o abraço das Bancadas que me escolheram para te homenagear e o carinho da Casa do Povo de Porto Alegre.

Parabéns, Carlos. Vida longa a você e a teus familiares e amigos. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Adeli Sell está com a palavra e falará em nome do Partido dos Trabalhadores.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Esta Casa costuma dar títulos para as pessoas que têm história e merecimento.

Merecimento, meu caro Konrath, pelas alegrias que você, sua empresa, têm dado a esta Cidade, um encanto, a luz, o sol, a cultura, aquilo que atrai a qualquer pessoa, seja uma pessoa que passou pelos bancos escolares ou não. As atividades que você, posso chamá-lo assim, e sua Empresa fazem por esta Cidade são grandiosas, porque precisamos, não apenas de uma empresa produtora, mas precisamos, como é a sua Empresa, como é a sua figura, como é o seu dia-a-dia, de um agitador cultural. Alguém que mexe, alguém que sabe trazer alguém para cá para cantar, para dançar, para se apresentar, colocar a sua cultura, a sua produção a serviço de uma comunidade. Mas, mais do que isso, não apenas atividades que, sem dúvida nenhuma, são necessárias, porque é uma empresa que o senhor dirige, precisa ter ganho, precisa ter retorno, mas sua Empresa tem dado muito mais do que isso, tem feito atividades culturais que são acessíveis para grande parcela da população, quando se une a empresas responsáveis, como já foi dito, que trazem a cultura a céu aberto, para as pessoas poderem usufruir.

Nós, quando damos um título, por mais merecido que seja, continuamos a fazer cobranças em cima dele, porque, talvez, pela cultura, pela arte, e eu creio que muitas vezes acontece isso, as pessoas são tocadas pela emoção e, às vezes, naquele momento de encanto, elas se lembram daqueles que não estão ali, que não são iguais a ela e que não tem o privilégio de usufruir das coisas desta vida, que são os nossos deserdados. É exatamente a essa parcela que precisamos olhar sempre, por aqueles que não tem acesso aos bens culturais e, muitas vezes, às coisas mínimas da vida. No futuro, é isso que lhe peço, como tenho pedido sistematicamente a todos os cidadãos desta Cidade. E é possível, tenho certeza, pedir mais a um Cidadão Emérito: olhe sempre por esta Cidade.

Quando se faz uma atividade cultural, atraímos turistas, criamos empregos; mas, junto com o desenvolvimento econômico, cultural e social, nós, infelizmente, temos uma sociedade que também exclui, que tem crianças de rua, velhos abandonados, que também temos que olhar em muitos e muitos momentos, e tenho certeza de que no futuro, agora como Cidadão Emérito, que é um orgulho, o senhor é mais do que isso, o senhor tem o título honorífico e tenho certeza que dará a honra para esta Cidade de, além de abrilhantar todas as atividades culturais e ser esse agitador cultural, olhará para aqueles que não podem ter acesso àquelas luzes, ao encanto e, como já faz várias atividades abertas ao povo, também, muitas pessoas que sonham com aquele encanto vão ver o futuro pelo seu trabalho, por sua dedicação a sua Empresa, o seu crescimento, eles também terão esse acesso, porque o seu coração é generoso, é grande, como grande e generosa é a Cidade de Porto Alegre e seu povo. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para falar em nome da Bancada do PPB.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Tenho aqui afirmado algumas vezes que está disseminado entre nós, infelizmente, um preconceito muito sério, muito grave mesmo, que considera previamente como arte ou cultura qualquer manifestação de tendência intelectual, ainda que não tenha as mínimas características de uma ou de outra.

Numa definição mais simples, arte é a expressão do que é belo e está, inclusive, acima do aprendizado, pois orienta-se à sensibilidade e não apenas ao intelecto.

Quanto à cultura, não é só conhecimento, não é só leitura, não é só viagem, não é só o aprendizado de conteúdos, a memorização de fatos, frases, datas ou coisas assemelhadas. A cultura implica a transformação de tudo isso em meio de aperfeiçoamento do homem e de sua vida, além do próprio físico, no plano intelectual e, especialmente, no espiritual.

Assim, arte e cultura falam necessariamente ao espírito. E encaminham o homem, imperfeito por construção, à realização de seu grande objetivo: ser feliz no caminho da perfeição.

Lamentavelmente, repito, existe um quase movimento social no sentido de vulgarizá-la. Mas, felizmente, há também entre nós homens como Carlos Eduardo Konrath, a quem, com muita justiça e propriedade, esta Casa, hoje, concede o título de Cidadão Emérito de Porto Alegre, por iniciativa mais que oportuna de nosso prezado colega, o ilustre Ver. Paulo Brum.

Ligado à arte e à cultura por interesse profissional, mas também e, fundamentalmente, por opção intelectual, Carlos Eduardo Konrath tem sido produtor e promotor cultural destacado entre os mais ativos e realizadores de nossa Cidade nos últimos 23 anos.

Ao invés de vulgarizar a arte e a cultura, seu esforço é no sentido de popularizá-las, de torná-las acessíveis a todas as pessoas, de fazer com que cumpram seu papel de qualificadoras da vida humana.

Empresário bem-sucedido, Konrath tem sabido escolher os parceiros adequados para essa sua atividade, que tem um significado comercial, sim. Mas que, no seu conjunto, vai muito além do pragmatismo econômico, para prestar um serviço de inestimável valor a nossa Cidade, no campo da verdadeira cultura, que cria e desenvolve valores sociais, oportunidades de lazer, progresso e desenvolvimento.

Em cada evento que promove, promove também a pessoa humana, promove o artista, promove o turismo e promove a geração de empregos, coisa de que nossa Capital está tão necessitada.

O título de Cidadão Emérito de Porto Alegre que hoje concedemos a Carlos Eduardo Konrath é, então, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, mais do que uma homenagem a um cidadão com méritos para recebê-la; é uma necessária retribuição a quem tanto tem feito pela Cidade, especialmente num campo em que está tão carente.

Aceite, Carlos Eduardo Konrath, novo Cidadão Emérito de Porto Alegre, os parabéns que lhe dou, em nome da Bancada do Partido Progressista Brasileiro - PPB -, que tenho a honra de integrar juntamente com os brilhantes Vereadores João Dib e Pedro Américo Leal.

Receba, aqui, nosso pedido de que se mantenha cada vez mais ativo e empreendedor, oportunizando aos menos favorecidos o acesso à arte e à cultura, de que estão, desafortunadamente, quase sempre distanciados. E que estejas, Carlos, sempre com Deus. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra. Fala pela Bancada do PFL.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Exmo. Sr. Ver. Adeli Sell, presidente dos trabalhos desta Sessão em que a Câmara Municipal entrega o título honorífico de Cidadão Emérito da Cidade ao Sr. Carlos Eduardo Konrath; caro amigo, companheiro de memoráveis jornadas desde os longínquos tempos da União Gaúcha de Estudantes Secundários, e de outras tantas caminhadas. Digníssimo Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Victor Faccioni, a oportunidade que nos propicia a sensibilidade sempre presente do Ver. Paulo Brum, em propiciar a decisão unânime desta Casa para conceder a Carlos Eduardo Konrath o título de Cidadão Emérito de Porto Alegre, nos gratifica sobremaneira, até porque enseja a presença na Casa, no dia de hoje, prestigiando este ato, ilustres e representativas figuras da sociedade porto-alegrense e gaúcha que, aqui, se encontram em número bastante expressivo. Figuras como o meu conterrâneo Antônio Proença Filho, que representa o Serviço Social da Indústria, o SESI, que se irmana desta forma a este acontecimento tão significativo para a Cidade de Porto Alegre.

Se não bastasse a presença de Toninho, como o conheci na infância, a presença do meu amigo, colega e professor Luiz Coronel, expressão da arte e da literatura gaúcha, já dariam a direção e a extensão desse ato pela qualificação daqueles que compõem o nosso Plenário no dias de hoje.

Cabe, na tradição da Casa, que o primeiro e fundamental pronunciamento nessas ocasiões, seja feito pelo autor intelectual de todo o processo que hoje se culmina, e neste sentido o coração do Ver. Paulo Brum já manifestou, com eloqüência adequada, todo o entusiasmo e vibração de ver seu ex-colega de bancos escolares se transformar, com justiça, em Cidadão Emérito de Porto Alegre.

Cada um dos Vereadores que aqui se sucederam obviamente traduziram a homenagem das suas respectivas legendas partidárias, a partir de óticas diferenciadas, que convergem num sentido único: de enaltecer, no dizer do Ver. Adeli Sell, a figura do agitador cultural; na palavra do Ver. João Carlos Nedel, do grande criador na área da cultura. Na palavra deste representante liberal ele é um empreendedor, que, enfrentando obstáculos, muitas vezes descrenças, e outras tantas incompreensões, tem, ao longo do tempo, trilhado o caminho do sucesso através da realização de um trabalho sério, determinado e, sobretudo, altamente respeitável, numa área da produção cultural que é nova, recente, e até pouco tempo não muito acreditada e até confundida, mas que pessoas com o talento do Konrath estão transformando num segmento novo desta sociedade nova que vivenciamos na mudança do século.

Diz Ortega y Gasset, que o homem é o ser e as suas circunstâncias. Eu vivo a minha circunstância especial no dia de hoje, como viveram e vivem os demais integrantes desta homenagem.

É óbvio que, ao verificar que homenageio um jovem nascido em 1965, eu fico diante do paradoxo de alguém que já viveu 60 anos, homenageando alguém que nasceu em 1965. Vejo, Faccioni, que longe de se interromper um processo, ele se oxigena a todo momento e a toda hora. Nós que fomos jovens juntos, que colocamos nossos tijolinhos na Casa do Estudante, que fizemos nossos congressos estudantis, sabemos o quanto positivo é o trabalho daqueles que, amadurecendo no desafio, transpondo desafios e conseguindo, por conseqüência, o amadurecimento, vão cristalizando-se no tempo e galgando degraus nessa escala de valores superior, que é a escala de valores que dita a criatividade, empreendimento e, sobretudo, a determinação.

É por isso, meu jovem Carlos Eduardo, que sinto-me muito à vontade, para em nome do Partido da Frente Liberal, tributar a ti e a teus familiares, a “dona” Diná, ao “seu” Darci, uma palavra de agradecimento. Ninguém é grande, assim, por acaso, todos nós, ao final, traduzimos o ambiente em que desenvolvemos nossas atividades. E, a seriedade, a competência, a determinação com que tu exerces a atividade que desenvolves, demonstra com clareza que tiveste um princípio, certamente, na tua família, no amor dos teus pais, na solidariedade da tua irmã e agora na presença sempre permanente da tua companheira junto contigo.

Pedirei permissão para dividir as homenagens que a Casa te presta no dia de hoje com teus familiares, porque ninguém cresce, como cresceste, sem ter parceiros da estirpe que tiveste e que estou buscando proclamar nesta hora.

Tenho certeza que todos hão de conhecer e nós Vereadores desta Casa com mais profundidade, que há algumas regras que se procura seguir nestes acontecimentos, uma delas é que o discurso prolixo é extremamente inconveniente, e deve se evitado. Uma das minhas mazelas é ter dificuldades para concluir, quando libero o improviso, encaminho-me para o término buscando uma afirmação que penso que sintetiza bem este espírito positivo em que hoje a Casa se encontra envolvida. Empreender culturalmente, agitar culturalmente, criar culturalmente, é algo que de certa forma cada um busca fazer de seu modo e de seu jeito, poucos o fazem com o profissionalismo, com a seriedade e, sobretudo, com a compenetração que o nosso homenageado de hoje, Carlos Eduardo Konrath assim o faz.

Por isso esta Casa pinçou bem pela sensibilidade do nosso colega, o dinâmico Ver. Paulo Brum, entre inúmeras pessoas que há nesta Cidade, alguém que, numa atividade específica, se credenciou a se transformar em Cidadão Emérito de Porto Alegre. Por esse motivo te homenageamos e, sobretudo, afirmamos que a tua presença, além de rejuvenescer a nossa galeria com a tua juventude e a tua combatividade, dá uma nova dimensão a esta Casa que deve-se renovar a toda hora e que precisava oferecer a sua galeria de honrados e dignificados cidadãos eméritos de Porto Alegre esse mais jovem e mais recente Cidadão Emérito de Porto Alegre. Receba as nossas homenagens em nome do Partido da Frente Liberal. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Solicito que o Ver. Paulo Brum, proponente desta homenagem, faça a entrega do título honorífico de Cidadão Emérito ao Sr. Carlos Eduardo Konrath, por sua valiosa contribuição com o seu trabalho em prol do engrandecimento da sociedade porto-alegrense.

 

(É feita a entrega do título ao homenageado.) (Palmas.)

 

Estou sendo informado que, além de ser o mais novo Cidadão, o nosso homenageado é o mais jovem. Com muita honra, passamos a palavra ao Sr. Carlos Eduardo Konrath.

 

O SR. CARLOS EDUARDO KONRATH: Sr. Presidente desta Casa, Senhores  Vereadores, Vereador Paulo Brum que me honra com esta indicação. Minha família, meus companheiros da Opus e meus amigos, Senhoras e Senhores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Ao longo da história os nomes dos artistas ficam marcados para sempre por seus feitos, sejam os grandes músicos, intérpretes, atores, coreógrafos, dramaturgos, enfim, todos aqueles que levam a arte, a emoção para o público. Seja para as grandes massas, seja para aquele espectador solitário que busca na arte o conforto só encontrado nos grandes acordes de uma linda sinfonia. Todos nós fomos capazes de lembrar centenas de nomes que desde a Grécia nos presenteiam com momentos inesquecíveis, talvez nenhum de nós seja capaz, no entanto, de lembrar do nome do produtor que tenha levado esses maravilhosos artistas ao encontro de seus públicos. Um produtor cultural não deseja e não deve, jamais, roubar um lampejo de luz que cai sobre o artista no palco. Talvez por ser assim o temperamento do produtor cultural é que essa homenagem se faz tão importante. Não porque me homenageia, mas porque homenageia todos aqueles que, anonimamente, empenham-se por dar condições aos artistas a dar vazão a sua arte e, por outro lado, contribuem significativamente para que milhões de pessoas tenham acesso a toda sorte de espetáculos.

Gostaria de agradecer à Câmara de Vereadores, ao Ver. Paulo Brum, pedir ao público que reconheça nessa atitude uma forma de prestigiar a figura dos produtores culturais e, fazendo isso, espero estar valorizando não somente a minha pessoa, mas a toda a equipe da Opus, meus verdadeiros amigos, muito mais que colegas e colaboradores. Quero fazer um registro especial, quando falo na Opus, na figura de meu sócio, Geraldo Lopes, certamente o mais competente homem desse meio no Brasil, homenageado por esta Casa há dois anos. Ao Geraldo o meu sincero muito obrigado por tudo que me ensinas. Acho que não é uma coincidência nós dois termos sido agraciados com o título de Cidadão Emérito, e sim mérito da nossa Opus.

Nunca tive a oportunidade de ler, com cuidado, a lista de nomes de pessoas que já receberam essa distinção, mas posso afirmar que os nomes ligados à área cultural devem estar em maioria. Vejo em qualquer lista de personagens de história, dessas que se elaboram em fim de século. Lá estarão em sua maioria os artistas, escritores, atores, etc., porque essa é a linguagem universal imorredoura. Quando daqui a milhares de anos falarem do Planeta Terra e de sua civilização o que restará serão as obras de artes plásticas, os livros e a música. Essa é a marca de nossa civilização, e eu me orgulho de contribuir para isso. Orgulho-me, sim, não quero aqui fazer um papel de falso modesto. Vibro quando conseguimos lotar uma casa com um grande espetáculo, um grande público e fazer com que o artista fique surdo com os aplausos maravilhosos que o público gaúcho gera. Vibro com a situação ímpar que vivo, por poder estar presente nas mais diversas manifestações culturais e assim aprender um pouco sobre o inesgotável mundo das artes, assim como meu pai e minha mãe devem estar vibrando agora com seu filho aqui neste parlatório. Sei o quanto isso deve ser importante para meus pais, talvez mais importante até do que para mim. Do alto deste púlpito, palco da democracia porto-alegrense, muito obrigado, pai, muito obrigado, mãe. Se sou merecedor desta homenagem é porque vocês souberam-me educar para o mundo, para o amor e para a compreensão. A vocês eu dedico este título. Ao Ver. Paulo Brum e à Câmara de Porto Alegre o meu profundo respeito e gratidão. Espero continuar a ser digno desta homenagem, contribuindo para a cultura de nossa Cidade, onde o nosso trabalho está centrado há 23 anos, trazendo e apoiando todas as manifestações culturais de todos os matizes, pois a verdadeira cultura não distingue o artista verde do azul, o alto do baixo, o grave do agudo, porque para cada um deles haverá sempre um público atento. Aos meus amigos que fizeram a gentileza de vir até aqui compartilhar da minha alegria, recebam o meu carinho e minha gratidão, principalmente Tuka e ao Matheus. É para isso que o homem evolui, para ser um cidadão digno do amor da sua família e de seus amigos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Não poderíamos cumprir essa atividade sem trazer à luz a presença de algumas figuras ainda não nominadas, como o nosso poeta Luís Coronel; o nosso jornalista Luiz Pauletti e Felipe Vieira.

Vamos concluir nossa atividade, na qual Carlos Eduardo Konrath se torna Cidadão Emérito de nossa Cidade, ouvindo, de pé, o Hino Rio-Grandense.

 

(É executado o Hino Rio-Grandense.)

 

Estão encerrados os trabalhos.

 

(Encerra-se a Sessão às 20h15min.)

 

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